terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Nota de esclarecimento 31/01 - Resposta à "noticia" da EPTV

Venho aqui prestar esclarecimentos.

Em comunicação, sempre haverá uma distância enorme entre os fatos e a notícia.

E isso é mais nítido quando se tenta apresentar algo, por telefone, a um jornalismo que se baseia em polêmica e factóides.

Fui bastante claro nas mídias que me procuraram que a pesquisa é de "MINHA AUTORIA", e de mais ninguém. A USP NÃO foi requisitada para fazer esta pesquisa. Este foi um EXERCÍCIO ACADÊMICO que EU realizei, na tentativa de elucidar alguns parâmetros de bem-estar animal para a Maison que devem ser minimamente observados. O que coloco na capa do meu projeto é meu currículo, para saberem de onde venho, o que faço. Não é uma pesquisa do meu mestrado, da USP.

Factóides são isto: deturpar o significado original da mensagem para que ela caia em descrédito.

Se quiserem usar a desinformação como forma de manipulação, não me procurem mais, ok? Começo a me arrepender de tentar ajudar.

O problema é que quem sofre com isso é a pobre Maison que continuará confinada em uma gaiola pelo resto de sua vida.


Este meu post é baseado na notícia publicada no jornal da EPTV.
Sítio: http://eptv.globo.com/ribeiraopreto/noticias/NOT,2,2,391135,USP+desconhece+estudo+para+abrigar+elefante+em+campus.aspx?391135

Me digam, como podemos, diante dos desafios que temos pela frente com o meio ambiente, contar com o bom-senso e a disposição para diálogo de setores conservadores como a mídia, os órgãos coordenadores e prefeituras? Sem falar da morosidade para se avaliar processos administrativos, também conhecida como burocracia... Esperava que com a ajuda da mídia fosse acontecer uma pressão positiva, mas noto o efeito inverso.

Minha pergunta é: quando deixaremos de lado o discurso da sustentabilidade, e sairemos do conceito da palavra pintada de verde para ação? com esses gestores, pelo que vejo, jamais.

Está lançado o desafio do século XXI.
Gabriel Ferreira de Azevedo Clemente

domingo, 29 de janeiro de 2012

Notícia Folha de SP Domingo - 29/01

Elefanta deve sair do bosque municipal, sugere pesquisador

Estudo aponta campus da USP como melhor opção para Mayson

DE RIBEIRÃO PRETO
Para melhor se relacionar com o meio ambiente, para fazer caminhadas mais longas e, principalmente, para se reproduzir e perpetuar a espécie, a elefanta Mayson não deve permanecer no bosque municipal de Ribeirão.

Uma melhor opção seria o campus da USP. É o que sugere estudo do biólogo Gabriel Ferreira de Azevedo Clemente, 26, mestrando da USP e integrante do Núcleo de Política e Ciência Ambiental do campus de Ribeirão.

A pesquisa foi protocolada na semana passada na coordenadoria do campus e na Prefeitura de Ribeirão, que estuda construir um recinto para Mayson no bosque. A criação do local, de alto custo, criou polêmica e o futuro de Mayson está incerto.

A análise do pesquisador buscou verificar como os dois locais respondem a questões como bem-estar do animal, espaço, alimentação, comportamento e reprodução.

Segundo Clemente, a lógica dos atuais zoos é de não apenas ser o último abrigo do animal, mas criar condições para que ele possa, inclusive, se reproduzir em cativeiro.

O bosque municipal, segundo o estudo, "terá um espaço de confinamento muito limitado, que acarretará possivelmente na falta de sucesso de um eventual parceiro e reprodução da elefanta".

Clemente vê na área da USP espaço não só para Mayson, mas para um possível parceiro, para que ela possa se reproduzir.

Além de oferecer mais espaço para a elefanta percorrer, o estudo diz que a vegetação do campus, com árvores frutíferas, permitirá a Mayson exercer sua autonomia de buscar alimentos.

Em nota, a prefeitura disse que a prefeita Dárcy Vera (PSD) não tomou ainda conhecimento do estudo e por isso não se manifestaria. A coordenadoria da USP vai analisar a pesquisa nesta semana.

(JULIANA COISSI)

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Pesquisa: Translocação da elefanta Maison para o município de Ribeirão Preto. Uma Avaliação Ambiental Estratégica

Bom dia caros defensores do bem-estar animal.

Realizei esta pesquisa com o intuito de promover um quadro geral sobre bem-estar animal de elefantes asiáticos, bem como contemplar possíveis alternativas locacionais conforme estes objetivos, e outros objetivos estratégicos, com uma metodologia chamada Avaliação Ambiental Estratégica.

Espero com este trabalho que possamos avançar no debate sobre bem-estar animal para que minimamente alguns parâmetros sejam observados para a alocação da elefanta Maison em Ribeirão Preto, associado com os objetivos últimos das práticas conservacionistas: gerar pesquisas, ser uma ferramenta eficiente de educação ambiental e varrer da face da terra o fantasma da extinção das espécies.

Conto com a colaboração de eventuais ONGs em defesa dos animais que partilhem dos resultados e metodologias desta pesquisa para que consigamos publicizar estes resultados científicos que são coerentes com pesquisas acadêmicas de alto nível mundialmente reconhecidas.

O trabalho é gratuito de bens materiais, mas é fundamentado em valores imateriais, como o amor, a liberdade, a dignidade e a justiça aos nossos irmãos animais.

E que estes valores prevaleçam para que possamos construir a sociedade que sonhamos.
Uma boa leitura a todos.
Sugestões são sempre bem-vindas, conquanto que realizadas com respeito, por favor.
Atenciosamente,
Gabriel Ferreira de Azevedo Clemente

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Respeitável público - Apresentando: Maison Livre - Contexto



Hoje publiquei no grupo do facebook "fica maison" a seguinte ideia:
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Olá pessoal,

me chamo Gabriel, formado em Ciências Biológicas pela USP-RP e atualmente cursando mestrado em Ciências Ambientais na USP - São Carlos, e pesquiso no laboratório Agenda Ambiental - Núcleo de Política e Ciência Ambiental da USP/RP.

Acompanhando o caso da elefanta Mayson, vislumbrei uma possibilidade de contornarmos o problema existente.

Fundamentalmente o problema perpassa pela alocação do animal em ambiente com segurança e bem-estar e que promova o objetivo de atrair pessoas para aumentar a percepção ambiental, ser uma "ferramenta" de educação ambiental.

Pois bem.
Minha proposta, já apresentada informalmente à docentes da USP e aos responsáveis pela Mayson no Bosque Fábio Barreto, é a seguinte:

A USP/RP tem um espaço institucional de reflorestamento, que tem um objetivo bastante genuíno: é um banco de sementes de diversas espécies florestais, com plantas-mães coletadas em vários fragmentos de mata da região, o que garante uma grande variabilidade genética para este reflorestamento. Podemos comparar à uma Arca de Noé.

Alguns espaços próximos a este reflorestamento, pertencentes à USP, estão abandonados, sem qualquer função, e tem se tornado depósito de lixo de construções, pessoas que fazem macumba levam suas ofertas até lá com sacrifício de animais, e também é uma porta de entrada para a criminalidade dentro da USP, uma vez que a expansão urbana e a especulação imobiliária permitiram um avanço do jardim Paiva sem que ocorra seu devido planejamento, acarretando nos problemas acima citados.

O reflorestamento da USP também foi palco no ano passado de um incêndio que levou à grandes perdas biológicas e de trabalho de pesquisadores da USP, como devem ter visto no noticiário. é dito por laudo do IBAMA que o incêndio foi criminoso. mas pode ter sido fruto destas más práticas, como velas para macumba em lugar inapropriado, associado à grande quantidade de capim-elefante, braquiária e colonião que toma conta do reflorestamento.

Meu ponto é o seguinte.
Um elefante come 100 kg de capim por dia.
Facilmente a Maison poderia fazer o manejo de enormes áreas do reflorestamento, podendo controlar o fogo que se tornará ano após ano um problema.

Outro ponto seria a contratação de efetivo para segurança, tanto da elefanta, quanto interno à USP, numa região que ameaça e cria um problema de segurança no entorno da USP. Isto geraria empregos podendo abrir concurso para Guarda-parque, com salários dignos. E resultaria em uma abordagem estratégica para o problema da segurança no campus.

Isto estimularia também a pesquisa científica, podendo gerar ao longo dos 2 ou 3 anos que a elefanta ficaria em Ribeirão, uma série de pesquisas como de reintrodução controlada de fauna em unidades de conservação e parques, comportamento animal, interação mega herbívoros e flora, etc.

Poderia ser promovido conjuntamente uma parceria USP-prefeitura-iniciativa privada, um mecanismo de financiamento desta alocação. por exemplo, junto à alguma usina de cana da região que queira doar $ e ser "amiga" do ambiente..

Como proposta de educação ambiental poderia ser desenvolvido passeios e trilhas de bicicleta no reflorestamento e na USP. Isto aproximaria a comunidade Ribeirão Pretana da Universidade de São Paulo.
Os muros da USP costumam afastar a sociedade do conhecimento.

E poderia também ser um jeito de pressionar para a criação do Parque Santa Luzia, na antiga pedreira na USP, criando mais um importante espaço de áreas verdes para o município.

E garanto a vocês que por muito menos que os 1,2 milhões sugeridos inicialmente para alocação da Maison no Bosque, seria possível dar muito mais bem estar, segurança e tomar uma atitude estratégica para o município como um todo, e para a USP também.

E o entardecer lá é digno de uma savana africana. A Mayson com certeza se sentiria em casa.

Enfim. os benefícios são muitos.

Estou realmente disposto a levar este projeto adiante. conversando com alguns professores da USP já consegui alguns importantes aliados.

Gostaria de um feed back de vocês, se alguém gostaria de participar para montar uma comissão e discutir essas idéias, para chegarmos a um modus operandis para tentar participar também da licitação.

Aguardo retorno dos possíveis interessados, e desculpe pela mensagem longa.
comentários e sugestões são bem-vindos.

Atenciosamente,
Gabriel

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Logo cedo no debate que surgiu, notei uma resistência a ideia de um grupo de pessoas, que fizeram de tudo para que a ideia caisse em descrédito rapidamente, para que nem chegasse a reverberar para o "grande público".

Então percebi que as pessoas que pesaram negativamente eram TODAS trabalhadoras do Bosque Fabio Barreto. Fiquei me perguntando o por que da cegueira em tentar descartar tão rápido minha ideia.

A única coisa que me vem a cabeça é a seguinte:

O bosque tem vários contratados que não são concursados públicos, o que é de certa maneira ilegítimo, uma vez que um espaço público tem que abrir concursos públicos para a contratação do efetivo.

Logo, concluo que muitos que estão lá são parentes de políticos ou de pessoas influentes. Logo, o bosque é mais um cabide de emprego.

Tendo somente pessoas lá dentro que são governistas, fica mais fácil que qualquer transação ocorra a "toque de caixa", sem a transparência devida. Assim fica fácil fazer as maracutaias, cobrar 1,2 milhões pra construir o puxadinho da Maison, e sabe-se lá pra onde vai tanto dinheiro ?$?$?$?$.

óbvio que a Maison só pode ficar no bosque.
A elefanta expiatória virou um artefato político, e melhor de tudo, que irá gerar dinheiro para os sedentos e sedentários.

Mas será que a ganância pelo dinheiro que vai entrar para o bosque para cuidar da elefanta é tão grande a ponto de ser uma decisão política conduzida por um pequeno grupo de pessoas com interesses diretos? isso me cheira a marmelada. especialmente em ano de eleição...

Não seria a melhor decisão aquela que consiga trazer melhor bem-estar para a Maison com menor custo e outros objetivos estratégicos?

Me resta saber se os 6.458 membros do grupo "Fica Maison" são realmente um "respeitável público" capaz de saber quais os jogos políticos que ocorrem nos bastidores, ou se estão todos fazendo o papel do palhaço, mais uma vez?

Áreas possíveis para alocação da elefanta Maison na USP/RP